Mesmo com a melhora das condições climáticas no Espírito Santo, a produção capixaba de café ainda não retomou o ritmo conquistado em 2014, quando foram produzidas 13 milhões de sacas, entre conilon e arábica.
O pesquisador do Incaper, Romário Gava Ferrão, afirmou que a expectativa é que a produção de 2017 feche em 9 milhões de sacas.
“A seca, nesses três últimos anos, reduziu a produção para a ordem de 9 milhões de sacas. Então, em média, nós perdemos mais de 30% da produção. A gente percebe que as condições climáticas desse ano vem sendo melhoradas, mas a gente ainda não pode garantir que ela seja suficiente para a gente recuperar essa produção de 2014”, falou o pesquisador.
Ferrão destacou que não adianta investir e aprofundar pesquisas sobre o tema se não houver chuva suficiente para repor o que é gasto com irrigação.
“O conilon, principalmente, está localizado num ambiente de déficit hídrico, de alta temperatura, grande insolação. Tanto que há necessidade de reposição de 350 a 400 milímetros de chuva por ano, por intermédio da irrigação. Por isso, 70% dessa cafeicultura é irrigada e, para isso, precisa de chuva para repor os reservatórios de água e a gente ter condições de irrigar”, explicou.
Apesar da grande quantidade de barragens e reservatórios no estado, o pesquisador destacou que as intervenções também não são suficientes para a retomada da produção.
“Nunca se construiu tantas barragens, tantos reservatórios de água dentro do estado do Espírito Santo, nunca se discutiu tanto a forma de melhor utilizar a água, o manejo da irrigação, a parte de conservação de solo. É lógico que a gente tem que procurar ampliar, mas precisa de chuva para que eles se encham de água e tenham condições de fazer as irrigações de mais de 200 mil hectares de café conilon, em 64 municípios”, declarou.
G1 ES