Esquiva Falcão teve uma infância humilde, deu os primeiros socos da carreira treinando em bananeiras do fundo do quintal e usou as dificuldades que teve pelo caminho para se forjar como um dos principais nomes do boxe brasileiro na atualidade. Todas aquelas adversidades do tempo de criança ficaram para trás, Esquiva cresceu, se tornou um pai de família e agora leva o nome do Brasil pelo mundo, tendo como principal meta conquistar o cinturão mundial do peso médio.
A passagem pelo boxe olímpico teve o brilho da medalha de prata conquistada em Londres (2012), agora o capixaba de 27 anos se impõe entre os profissionais. Até aqui, 17 adversários já ficaram para trás, 12 deles por nocaute. E o próximo que Esquiva quer deixar nas cordas é o mexicano Norberto Gonzalez, de 36 anos.
Antes do duelo que acontece no sábado, às 22h, nos Estados Unidos, Esquiva falou com a reportagem de A Gazeta sobre o momento atual da sua carreira, a satisfação em realizar seus sonhos com a luta e a também sobre preparação para o seu segundo combate do ano.
Seu adversário foi trocado na última semana de preparação. Isso te preocupa?
O adversário trocou, mas o treinamento continua o mesmo, até porque não treino para um adversário só, treino para todos. O treinamento é para todos os adversários, até porque isso (troca de adversário) pode acontecer outras vezes. Não me preocupo, estou bem treinado.
Dizem que o Ivan Montero desistiu de lutar com você por medo de ter uma derrota no cartel dele. Você já está assustando os rivais?
O meu cartel com 17 lutas e 12 nocautes assusta, e alguns adversários não querem mais lutar comigo. Tem o lado bom e ruim. O ruim é porque alguns acabam desistindo na última semana, como aconteceu agora. O lado bom é que já estou impondo respeito com outros atletas da minha categoria, mostrando para eles que tem um brasileiro forte pra disputar o cinturão. Isso me deixa mais confiante e mostra que estou no caminho certo.
O que você sabe sobre o Norberto Gonzalez?
Ele é um adversário é duro e experiente, que bate duro. Se ele não estivesse bem preparado, não teria aceitado a luta. Eu vou dar o meu melhor e tenho certeza que ele vai dar o melhor dele.
Sua última luta foi em fevereiro, você está há seis meses sem lutar. Isso é um problema?
Eu não gostei, porque acostumado a lutar de três em três meses, mas nesse tempo eu tive uma lesão no ombro. Então, ficar esse tempo sem lutas foi bom para me tratar, mas não gosto de ficar parado não, gosto de lutar de três em três meses, até para poder ganhar dinheiro também, porque hoje eu vivo apenas do boxe.
Você veio de uma família humilde, se superou e agora tira o seu sustento do boxe. Isso te deixa orgulhoso?
O boxe olímpico foi apenas uma porta que se abriu para eu passar para o profissional, ficar mais conhecido e ganhar o que eu ganho hoje. Hoje em vivo somente do boxe e tenho os meus patrocinadores. A melhor coisa é você viver daquilo que você gosta, daquilo que você pratica, que no meu caso é o esporte. Fico muito feliz, sustento minha família e consegui comprar minha casa com o esporte. Hoje eu sou um cara bastante feliz.
O que a torcida pode esperar da luta de sábado?
Pode esperar um show e uma vitória sábado. Estou muito bem preparado para vencer. Eu estou indo para ganhar por nocaute, treinei bastante, treinei um ataque bom, algumas surpresas, estou indo para ganhar por nocaute.
