Com 32 mil hectares de área plantada e produção da ordem de 1,6 milhão de toneladas (12,5% da oferta mundial), o Brasil se destaca na produção de mamão papaya, sendo o segundo maior produtor da fruta no mundo, atrás apenas da Índia. A cultura do mamão tem grande importância socioeconômica, gerando emprego e renda o ano inteiro. Está presente em praticamente todos os estados brasileiros, com destaque para o Nordeste e o Sudeste. O Espírito Santo, com cerca de 7 mil hectares de plantio, é o segundo maior produtor brasileiro e o primeiro em exportação da fruta, com participação de quase 40% nas exportações brasileiras, que somaram US$ 41,5 milhões em 2017.
É nesse cenário que acontecerá a sétima edição do Papaya Brasil – Simpósio do Papaya Brasileiro, principal fórum de atualização que integra os agentes da cadeia produtiva do mamão. O simpósio será realizado no período de 22 a 25 de agosto, no Pavilhão de Exposições de Carapina (Serra-ES), durante a FEIRAGRICOLA – Feira Internacional de Inovação Agrícola e Pecuária. O Papaya Brasil 2018 é organizado pelo Centro de Desenvolvimento do Agronegócio (Cedagro), pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e pela Secretaria de Estado da Agricultura (Seag).
“Produção e Sustentabilidade Hídrica” é o tema central da edição de 2018 do simpósio, cujo objetivo é promover a inovação tecnológica e o intercâmbio técnico-científico entre pesquisadores, empresários, produtores e outros segmentos que integram a cadeia produtiva do mamão. “O simpósio apresentará temas atuais e importantes para a cultura, por meio de palestras, painéis de discussão e mesas redondas, criando ambiente propício para levantar as demandas do setor, que servirão de parâmetro para orientar novas pesquisas relativas à cultura do papaya”, observa Gilmar Dadalto, coordenador técnico do Cedagro.
Vários estudos estão sendo desenvolvidos em diversas instituições de pesquisa e desenvolvimento do país, nas diferentes áreas do conhecimento, com o objetivo de gerar ou adaptar tecnologias para aumentar a produtividade e, sobretudo, aprimorar a qualidade e conservação dos frutos, reduzindo as perdas na etapa pós-colheita. “O intercâmbio de conhecimento e tecnologia promovido pelo Papaya Brasil torna-se muito relevante nesse cenário”, enfatiza o coordenador geral do Simpósio, David dos Santos Martins.
Uma das novidades nesse segmento é a embalagem criada numa parceria entre a Union of Growers of Brazilian Papaya (UGBP), de Linhares, e a Braskem, empresa do segmento petroquímico. Feita de polietileno verde, que é um plástico produzido a partir do etanol da cana-de-açúcar e totalmente renovável, a embalagem permite maturação mais uniforme da fruta, garante proteção contra contaminação e amplia o tempo de conservação do produto no ponto de venda. A expectativa é de que essa inovação amplie a penetração do mamão capixaba no mercado externo.
David Martins enfatiza que o setor tem alguns desafios, principalmente considerando a crescente exigência do mercado consumidor por frutas de alto padrão de qualidade, produzidas com segurança alimentar, baixo impacto ambiental e com justiça social. Ele observa que a profissionalização do setor e o investimento em pesquisa, fiscalização fitossanitária, manejo da cultura, manejo da água e tecnologias pós-colheita são fatores que estão sendo desenvolvidos por meio de parcerias entre o setor público e privado.
Os resultados desses trabalhos serão apresentados durante o Papaya Brasil 2018, que também deve servir de inspiração para novas pesquisas no segmento. As inscrições estão abertas e podem ser feitas pelo site www.papayabrasil.com.br.
Com informações da P6 Comunicação