O Espírito Santo conta uma produção expressiva de mamão e se destaca como o maior produtor e exportador do Brasil. Em termos de volume produzido e valor da produção o Estado contabilizou 426 mil toneladas o que representa um faturamento de R$ 1,2 bilhão, em 2022. A fruta produzida em solo capixaba foi exportada para 37 países tendo como principais destinos Portugal, Reino Unido e Estados Unidos (EUA) em 2023.
Segundo o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli, o Espírito Santo é referência na produção de mamão. “O Estado é responsável por mais de 38,5% da produção nacional, tendo o mérito de ser o maior produtor em quantidade e com qualidade. A cadeia produtiva do mamão é importante para o Estado, cuja renda rural para os produtores ultrapassou 1,17 bilhão em 2022, equivalente a quase 5% do Valor Bruto da Produção Agropecuária capixaba. Além disso, o mamão capixaba é apreciado pelo mundo, chegou a 37 países no ano passado e faturou 21,1 milhões de dólares com as exportações”, afirmou.
No Estado, o plantio do mamão se concentra nas regiões norte e noroeste, devido às condições de solo e clima favoráveis ao plantio da fruta. Ao todo, 392 estabelecimentos cultivam o mamão e desses, 40% são da agricultura familiar. Os municípios mais representativos na produção de mamão em 2022 foram Linhares, Pinheiros, Montanha, Pedro Canário, São Mateus, Sooretama, Boa Esperança, Aracruz, Vila Valério e Jaguaré, concentrando 95,07% de toda a produção do Estado.
O empresário e produtor rural, do município de Linhares, Rodrigo Martins, conta que começou a trabalhar com a cultura há mais de 25 anos e hoje tem uma empresa que comercializa e exporta mamão para o mundo todo.
“Hoje nós empregamos, em média, 500 funcionários diretos e movimentamos cerca de 700 toneladas de fruta por semana. No mercado interno, vendemos para praticamente todas as regiões do Brasil. Fora do País, para países da Europa e Estado Unidos”, ressaltou.
Os principais tipos cultivados são do grupo Solo, conhecidos popularmente como mamão Papaia ou Havaí, e do grupo Formosa. Os frutos variam entre 350 a 1.200 gramas, a depender do tipo cultivado. O período de maior produção da fruta começa em setembro e vai até janeiro.
Segundo a pesquisadora do Incaper, Fabíola Lacerda, os mercados hoje conquistados se abriram após a adoção de um pacote de tecnologias fitossanitárias (o System Approach), que garante a isenção de pragas quarentenárias aos países importadores do mamão do Espírito Santo.
“Atualmente o Incaper colabora com os treinamentos de identificação de pragas e doenças da cultura, voltados para produtores, técnicos de campo e principalmente, para os fitossanitaristas (também conhecidos como pragueiros), os quais são os responsáveis por fazerem a identificação e erradicação das plantas acometidas pelas viroses (Mosaico e Meleira)”, ressalta Fabíola Lacerda.
Fruticultura no ES
A fruticultura é hoje uma das principais atividades econômicas do Estado e tem sido fonte de diversificação das atividades agrícolas. O Espirito Santo tem 14 polos de frutas, que englobam o plantio de abacaxi, acerola, banana, cacau, caju, coco, goiaba, laranja, mamão, manga, maracujá, morango, tangerina e uva. No agronegócio, o conjunto de produtos da fruticultura capixaba movimentou em 2023 cerca de US$ 28,8 milhões com a exportação de produtos in natura e também com valor agregado.
No setor produtivo, entre os principais produtos da fruticultura que são economicamente mais relevantes para o Estado, destacam-se: o mamão que detém 43,6% da renda rural da fruticultura e participa com 4,82% do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBPA), e a banana, que detém 25,5% da renda rural da fruticultura e participa com 2,83% do VBPA, segundo dados apurados pela gerência de Análises e Dados da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) a partir do Painel Agro/Incaper.
Seag