O que aconteceu dentro de campo no Maracanã nesta terça-feira (21) se tornou o menor dos problemas com os quais a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) terá de lidar. A Seleção Brasileira sofreu uma derrota histórica para a Argentina por 1 a 0. É a primeira vez que o Brasil perde um jogo como mandante nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo.
Antes de o jogo começar, quando os times já estavam no gramado, uma confusão generalizada teve início no setor Sul do estádio. A briga entre torcedores brasileiros e argentinos começou efetivamente durante a execução do Hino argentino. Policiais interviram no confronto e usaram cassetetes. Assentos foram arremessados e pessoas tiveram de pular o muro que separa a arquibancada do gramado. Ao menos oito foram detidas e duas precisaram de atendimento médico. Diante da pancadaria, o jogo foi atrasado em 27 minutos.
Este pode ter sido o último jogo oficial de Fernando Diniz no comando da Seleção Brasileira. A CBF tem convicção de que o italiano Carlo Ancelotti, hoje no Real Madrid, assumirá como técnico da equipe a partir de junho de 2024 e as Eliminatórias Sul-Americanas serão retomadas apenas em setembro de 2024.
No entanto, a Seleção entra novamente em campo no dia 23 de março diante da Inglaterra, em Wembley. Depois, o Brasil mede forças com a Espanha, em data ainda não confirmada. Dificilmente, porém, Diniz comandará a equipe nessas duas partidas. Ramon Menezes, treinador da seleção olímpica, pode ser o escolhido para esses dois jogos.
Falta de futebol vira rotina
Quando a bola rolou, a tensão das arquibancadas se transferiu para o campo de jogo. Jogadores das duas equipes travaram disputas mais ríspidas, mas os brasileiros foram advertidos pela arbitragem chilena pelas faltas cometidas. Nenhuma das seleções conseguiu criar oportunidades claras de gol. Havia muita dificuldade para acertar as assistências.
A Argentina se mostrou mais capaz de provocar desequilíbrio na defesa do Brasil nos primeiros minutos. Já a Seleção Brasileira voltou a mostrar falta de futebol. Com o apito final no primeiro tempo, vaias ecoaram no Maracanã. A reclamação do torcedor foi condizente com o que se apresentou no gramado.
No segundo tempo, a Seleção Brasileira voltou com a mesma postura. A Argentina, por sua vez, abriu o placar aos 18 minutos. Em cobrança de escanteio, o zagueiro Otamendi cabeceou no ângulo direito de Alisson e fez 1 a 0.
Com o placar adverso, Diniz decidiu colocar o Brasil ainda mais no ataque. O técnico tirou o zagueiro Gabriel Magalhães para colocar o volante Joelinton. E botou Endrick. As alterações, porém, não surtiram efeito. Aos 36, Joelinton, que havia entrado poucos minutos antes, tentou se livrar da marcação do meia De Paul e acertou o rosto do argentino. O brasileiro recebeu cartão vermelho direto.
Depois disso, a partida ficou morna, com raras oportunidades geradas de parte a parte e os argentinos controlando a posse de bola. No fim, sobraram gritos de “vergonha” e “olé”.
A terceira derrota seguida do Brasil nessas Eliminatórias faz o País cair para a sexta colocação, a última que garante vaga direta para o Mundial dos EUA, México e Canadá. A Seleção tem apenas sete pontos somados. A Argentina, por sua vez, lidera o torneio, com 15 pontos.
Folha Vitória