Este ano, o evento trouxe discussões a respeito do cultivo de café conilon em altitudes mais elevadas, abordando aspectos relacionados a manejo, irrigação, sombreamento, melhoramento genético, adaptação de novos genótipos para altitudes superiores, além de tecnologias modernas de descascamento, secagem e armazenamento para a produção de café conilon de qualidade superior e sua avaliação na xícara.
O governador Paulo Hartung destacou a importância da cafeicultura, que enfrentou e superou a maior crise hídrica dos últimos 80 anos. E anunciou o pedido para reduzir o ICMS do café conilon capixaba vendido para o Nordeste.
“Na semana passada, por estar com a casa organizada, pudemos mandar para o Confaz a solicitação da diminuição da alíquota do ICMS do conilon de 12% para 7%, para igualar com a alíquota de Minas Gerais. Minha alegria é forte porque os cafeicultores, agricultores e os capixabas aguentaram o tranco diante de um período dificílimo, uma crise pesada e ainda uma grande crise hídrica. Enquanto o Rio de Janeiro ficou de joelhos, o nosso Estado ficou de pé. Fazer o certo não é fácil, mas a gente não pode fazer diferente. Papel de líder não é ser Maria vai com as outras, é olhar no branco do olho das pessoas e falar a verdade mesmo na hora que as pessoas não querem ouvir a verdade. E quando olho para trás e olho hoje, quando comparo o Espírito Santo com as outras unidades da Federação, tenho a certeza que valeu a pena”, destacou o governador.
O secretário Ideraldo Lima pontuou que a capacitação dos cafeicultores, como o dia de campo durante o evento, amplia as oportunidades de produção. “O café é responsável por 40% do PIB agrícola e o Espírito Santo é o segundo maior produtor de café do País. A capacitação dos produtores oferecidas pelo Incaper é fundamental para dar conhecimento e ampliar oportunidade, como a técnica de cultivo do conilon em grandes altitudes”.
O cafeicultor de Santa Teresa José Antônio Demuner ressaltou que a melhora genética do café ajuda a aperfeiçoar a qualidade e ampliar a produção. “Toda tecnologia é importante. Com clones novos, a gente vai melhorando e vendo os clones bons de acordo com a resposta de altitude. O conilon subindo a altitude é mais uma opção”.
O evento foi realizado na Fazenda São Bento, de propriedade de Laurindo Bridi e Luiz Carlos Gomes, em Córrego Alto Rio Perdido, na comunidade de Itanhangá, distrito de Várzea Alegre. A propriedade é considerada referência no cultivo de cafés com qualidade superior e chega a produzir 5 mil sacas de conilon e arábica por ano.
“Com todas as dificuldades que passamos por conta da crise hídrica e que maltrataram as lavouras, o clima vem mudando e já estamos mais motivados. Antigamente só produzíamos o arábica, e o conilon foi chegando com muito mais força com o tempo. Hoje estamos em 680 metros de altitude. Ele tem produzido até muito bem”, contou Luiz.
A diretora-presidente do Incaper, Nara Sthefania Tedesco, fez do momento da colheita do conilon uma alusão ao trabalho. “Esse é um momento de colher, mas colher não só o café conilon; é um momento de colher os frutos de um trabalho árduo e atencioso dos nossos pesquisadores, extensionistas e produtores rurais”, disse.
Evento
Na ocasião foi realizado um dia de campo organizado em três estacoes de trabalho, ministradas pelos pesquisadores José Altino Machado Filho, do Incaper, e Aymbiré Francisco Almeida da Fonseca, do Incaper/Embrapa Café, que abordaram técnicas para a produção de café de qualidade. O produtor rural Luiz Carlos Gomes deu as suas contribuições pela sua experiência.
O cultivo de café conilon em altitude foi o tema abordado pelos pesquisadores Romário Gava Ferrão e Paulo Sérgio Volpi, do Incaper, e Marcelo Antonio Tomaz, do CCA Ufes. E a poda programada de ciclo na qualidade do café foi o tema abordado pelo pesquisador Abraão Carlos Verdin Filho, pelo extensionista Caio Louzada Martin, ambos do Incaper; pela pesquisadora do Incaper/Embrapa Café Maria Amélia Gava Ferrão e pelo produtor rural Cirineu Tozzi.
“Esse é um dia simbólico para todos nós, em que o Governo do Estado alerta cafeicultores e sociedade que o café não deve ser colhido antes do seu real ponto de colheita, ou seja, maduro, para posteriormente ser processado. É um espaço de discussões em torno de toda a cafeicultura, envolvendo a colheita, a pós-colheita e qualidade”.
De acordo com o atual coordenador do Programa Estadual de Cafeicultura, o pesquisador do Incaper Abraão Carlos Verdin, o plantio do conilon é feito tradicionalmente nas áreas mais quentes do Espírito Santo, em regiões abaixo de 500m de altitude, mas os produtores de regiões mais amenas começaram a demandar uma maneira de produzir Conilon tambem em temperaturas mais altas.
“Além disso, o custo de produção do conilon sempre foi menor que do arábica. Então, quando o produtor rural começou a perceber esses fatores, ele passou a buscar tecnologias, fundamentado pelo Incaper, justamente para serem atendidos. Mas nada disso seria possível sem parceiros, como os próprios produtores rurais, Ufes, professores e alunos, e diversas instituições nacionais”, lembrou
Concurso Café
Na ocasião, foi lançado também o Concurso de Qualidade do Café de Santa Teresa. O evento é realizado pelo Incaper, vinculado à Secretaria Estadual de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), e Prefeitura Municipal de Santa Teresa.
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