Os rodoviários da Grande Vitória tiveram uma redução no reajuste salarial de 3% para 1,80% após decisão do Tribunal Superior do Trabalho – TST (Brasília – DF) em deferir parcialmente um recurso ajuizado pelas empresas que operam o Sistema Transcol. A informação foi confirmada pelo Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus) no início da noite desta segunda-feira (19).
A decisão do TST suspende, parcialmente, os efeitos da sentença do dissidio coletivo julgado pelo Tribunal Regional do Trabalho do Estado do Espirito Santo no dia 10 de janeiro até o julgamento final do recurso ordinário.
A reportagem entrou em contato com o presidente do Sindicato dos Rodoviários (Sindirodoviários), Edson Bastos, para saber se a categoria já tem ciência da decisão de redução. Segundo ele, o sindicato ainda não foi notificado oficialmente da decisão.
“Primeiro a gente precisa ter ciência do teor da decisão por completo, até para que o nosso jurídico possa trabalhar, porque isso cabe recurso. Estamos aguardando para saber ao certo o que fazer e ver se cabe embargo… De primeiro, eles [empresas] pediram liminar e o ministro concedeu. Porém, isso não quer dizer que o reajuste reduziu e essa liminar pode ser suspensa. Contudo, até isso acontecer, permanece sim o reajuste de 1,80%”, comenta Bastos.
O GVBus acrescentou que a decisão do TST reduziu o reajuste de 3% para 1,80% para corrigir os salários a partir de 22 de janeiro até a decisão final do Recurso Ordinário pelo TST.
O reajuste
A Justiça do Trabalho havia determinado um reajuste de 3% nos salários dos motoristas e cobradores da Grande Vitória durante o julgamento de dissídio, realizado no último dia 10 de janeiro, na sede do TRT-ES.
Dois oito desembargadores que participaram do julgamento, oito votaram pelo reajuste de 3% e dois por um aumento de 2% nos salários dos rodoviários. O reajuste aprovado foi proposto pelo Ministério Público do Trabalho do Estado (MPT-ES) e teve como base o IPCA apurado no período.
De acordo com Edson Bastos, na ocasião, os rodoviários ficaram satisfeitos com a decisão da Justiça. “É um reajuste bom, porque a gente, até então, tinha 1,83%, que era a inflação. Mas eu acho que aqui nós saímos vitoriosos mesmo foram nas cláusulas da nova reforma trabalhista, que não entrou nada para a categoria. Mantivemos todas as cláusulas da convenção antiga, então a categoria saiu bem beneficiada nisso”.
Proposta das empresas
A proposta do sindicato patronal era de reajuste 1,83% nos salários dos rodoviários. Atualmente, a remuneração para os motoristas é de R$ 2.164,48 e para o cobrador R$ 1.125,58. Somados ao salário, os rodoviários recebem vale alimentação no valor de R$ 684,00 por mês, o maior do país, de acordo com nota divulgada pela GVBus no dia 27 de dezembro.
Além disso, ainda há o plano de saúde familiar de R$ 158,74 (parte paga pela empresa) e o seguro de vida em grupo de R$ 10,50. Na mesma nota, o sindicato patronal destacou que entre 2009 e 2016, o ganho real da categoria totalizou 33,4% – aumento salarial de 93,1% contra uma inflação de 59,7%.
Folha Vitória