Corrida eleitoral para o governo do Espírito Santo começa agora

Cenário para a disputa ao Palácio Anchieta ainda é incerto

0
1424
Foto: Governo do ES

O ano de 2018 começou e, com esse marco, é dada a largada para a corrida eleitoral no Estado. As articulações serão intensificadas nos próximos meses e o cenário para a disputa ao Palácio Anchieta, ainda repleto de incertezas, ficará mais claro.

Em 2017, a palavra de ordem foi cautela. Apesar de alguns movimentos de importantes atores políticos, ninguém se colocou como postulante ao cargo de governador do Espírito Santo.

O tabuleiro eleitoral ainda é incógnita, mas despontam os nomes do governador Paulo Hartung (PMDB), do ex-governador Renato Casagrande (PSB), da senadora Rose de Freitas (PMDB) e do prefeito da Serra, Audifax Barcelos (Rede).

Pela terceira vez à frente do Executivo estadual, Hartung marcou para março a definição se concorrerá ou não a um quarto mandato. Citado por caciques do PMDB como possibilidade para um projeto nacional do partido, o governador tem até abril para se desincompatibilizar caso decida disputar outro cargo em vez de tentar a reeleição.

Fontes próximas ao governador avaliam que a decisão dele será o “start” do processo eleitoral no Estado. Se optar por compor a chapa presidencial, por exemplo, as portas ficarão abertas para o vice-governador César Colnago (PSDB). O tucano é a alternativa natural do grupo político de Hartung, principalmente porque já estará no cargo – como vice, assumirá se o peemedebista se desligar do mandato em abril.

Outros nomes dentro do primeiro escalão também são cotados para a disputa, como o secretário de Segurança, André Garcia (sem partido), e o de Agricultura, Octaciano Neto (PSDB).

Rose de Freitas, por sua vez, afirmou em entrevista à coluna Praça Oito, em outubro do ano passado, que tem “disposição de disputar a convenção” no PMDB pelo direito à legenda para concorrer ao governo contra Hartung. Caso o governador permaneça no partido e queira continuar no comando do Executivo, essa possibilidade não é descartável.

A princípio, se Hartung sair mesmo do PMDB – conforme já sinalizou mais de uma vez em entrevistas – o caminho ficaria livre para Rose. No entanto, se o governador ficar no partido e tiver a preferência dos correligionários para tentar a reeleição, a senadora é quem pode migrar para outra sigla.

DISPUTA

Em oposição ao grupo político no poder, o ex-governador Renato Casagrande é dado como certo pelos principais dirigentes do PSB na disputa ao Palácio Anchieta. O socialista, contudo, ainda não admite candidatura.

Cauteloso, ele tem se movimentado pelo território capixaba e não abandonou outra arma poderosa nas campanhas eleitorais, as redes sociais. Mas, dependendo do posicionamento das demais peças, pode até lançar candidatura ao Senado.

Em outra frente, o partido Rede Sustentabilidade não esconde de ninguém o desejo de ver Audifax Barcelos no comando do governo. A candidatura do redista seria um importante palanque no Estado para a presidenciável Marina Silva (Rede). O prefeito da Serra não confirma a pré-candidatura e dá sinais de uma aproximação com Rose de Freitas.

Já o ex-ministro e presidenciável Ciro Gomes (PDT) defendeu, em dezembro de 2017, a candidatura ao governo do deputado federal Sérgio Vidigal (PDT). Vidigal prometeu, na ocasião, refletir sobre o assunto.

Outro cotado por fontes ouvidas por A GAZETA é o senador licenciado Ricardo Ferraço (PSDB). O tucano já disse que o projeto dele é de reeleição ao Senado. Porém, se Hartung não tentar se reeleger e se Colnago não aparecer bem nas pesquisas de intenção de voto, Ferraço, hoje próximo ao governador, poderia ser trabalhado como nome alternativo do grupo governista.

ANÁLISE

Nova dinâmica da política local

“Existe uma nova dinâmica que tomou conta da política capixaba, o policentrismo. Ele indica que haverá disputa para o governo. Rose de Freitas se aproximou de Renato Casagrande e a sensação de que Paulo Hartung ganhará a eleição acabou. Esta aproximação para os dois foi boa. O quadro está tripolar, mas a fama dos dois fica maior do que a do governador. Quando os dois se aproximaram, muitos comentaram que terá 2º turno. Se de fato somarem forças, podem ganhar as eleições” – Fernando Pignaton, cientista político

NOMES COTADOS PARA O GOVERNO

Paulo Hartung (PMDB)

O governador marcou para março o anúncio se disputará ou não a reeleição. O prazo para se desincompatibilizar do cargo para tentar outro nas eleições deste ano é abril.

Já foi citado por caciques nacionais do PMDB como possibilidade para compor uma chapa presidencial. Chegou a se reunir com o apresentador de TV Luciano Huck, que depois decidiu não disputar a Presidência da República. Hartung também já conversou com o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa.

O governador sinalizou, mais de uma vez, intenção de sair do PMDB, mas permanece no partido.

Renato Casagrande (PSB)

O ex-governador do Estado não diz se será candidato ao Palácio Anchieta nas eleições deste ano. Dirigentes do PSB, contudo, afirmam que o partido planeja a candidatura de Casagrande.

O socialista se mantém cauteloso e não quer “queimar a largada”. Mas percorre o Estado e mantém ativas as redes sociais.

Dependendo do posicionamento de outros atores da política local, pode concorrer ao Senado.

O principal aliado político do ex-governador no Estado é o prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS). O próprio prefeito reafirmou isso em entrevista à Rádio CBN Vitória na semana passada.

Rose de Freitas (PMDB)

A senadora ensaia se candidatar ao governo do Estado. Do mesmo partido do governador Paulo Hartung – que pode tentar a reeleição ou lançar algum candidato do seu grupo político –, Rose já se disse disposta até a disputar a vaga de candidata da legenda na convenção do PMDB, em julho.

Ao lado do ex-governador Renato Casagrande (PSB) e do prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), está situada em bloco de oposição a Hartung.

No ano passado, a senadora e o Palácio Anchieta realizaram agendas paralelas, envolvendo ministros de Estado e o presidente Michel Temer (PMDB).

Audifax Barcelos (Rede)

O prefeito da Serra diz que foi eleito para governar o município e nega interesse em concorrer ao Palácio Anchieta.

Em convenção em novembro do ano passado, a Rede colocou o “nome do prefeito à disposição” para candidatura ao governo do Estado.

Em visita ao Espírito Santo em setembro, a ex-senadora Marina Silva (Rede) reforçou a estratégia do partido de ter candidaturas majoritárias em todos os Estados. A candidatura de Audifax seria um importante palanque para Marina, que pode concorrer à Presidência da República.

Gazeta Online

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui