No último ano surgiram cerca de 35 mil pequenos novos negócios no Espírito Santo, de acordo com o Sebrae. Esse número, entretanto, está ligado à crise financeira, que deixou muitas pessoas desempregadas no estado. Foi o caso do hoje empresário Jefferson Biazatti, que depois de perder o emprego, resolveu apostar na onda da alimentação saudável em Vitória.
Jefferson trabalhou por sete anos como gerente de vendas no ramo da construção civil, até que em março deste ano o desempregou bateu à porta.
“Eu caí em um mercado de trabalho muito saturado, com muita mão de obra e poucas oportunidades. Eu comecei a enviar currículos, fazer cursos, mas as coisas não aconteciam”, contou.
Foi então que ele decidiu apostar em um negócio próprio. Entrou em sociedade com o irmão e uma cunhada em uma franquia de loja de saladas, sucos e outros produtos com proposta de alimentação saudável.
Agora, a aposta é no próprio negócio. “Fizemos uma pesquisa local e um estudo também com a própria franquia, como era o dia a dia de quem trabalhava com isso. Graças há Deus o cliente que vem até a loja está elogiando bastante, então acredito que tem tudo para dar muito certo. Abrir o próprio negócio foi a saída que eu encontrei, apesar de ser um grande desafio”, explicou Jefferson.
O Espírito Santo tem mais de 456 mil pessoas investindo no próprio negócio e, apenas no último ano, surgiram cerca de 35 mil pequenos negócios no estado.
O superintendente do Sebrae-ES, José Eugênio Vieira, considera esse número bastante expressivo, mas alerta que é preciso tomar alguns cuidados, a começar pelo investimento inicial na empresa: gastar todo o dinheiro da rescisão com o novo negócio pode ser fatal.
“Pra qualquer negócio que você for abrir, existe o período que a gente chama de alcance do ponto de equilíbrio, que é o custo que leva para fazer e a receita para ele usufruir. Se ele gastar todo esse capital nesse início, ele corre o risco de enquanto esse ponto de equilíbrio não acontecer, ficar sem o capital e começar a fazer dívidas, empréstimos, desestabilizando a empresa”, explicou José Eugênio.
Entre os pequenos negócios estão: a microempresa individual, que pode lucrar até 60 mil reais ao ano; a microempresa, com lucro anual de 360 mil; e a empresa de pequeno porte, que pode lucrar até 3 milhões e 600 mil ao ano. Para todas elas existem vantagens, segundo o Sebrae.
“No caso específico do empreendedor individual, durante muito tempo ele vivia à margem da sociedade, ou seja, ele não tinha direito a nenhum benefício social que o governo lhe propicia. Por exemplo, auxílio-maternidade, auxílio-doença, aposentadoria, auxílio por morte e coisas do gênero. A partir do momento que ele organiza a empresa dele, passa a ser um cidadão empresário e com esses benefícios”, explicou o superintendente do Sebrae.
Encontro de micro e pequenos empresários
Um evento vai reunir micro e pequenos empresários de todo o Brasil no cerimonial Prime Hall, em Vitória, nesta quinta-feira (30). Confira a programação.
O objetivo do Encontro Nacional da Micro e Pequena Empresa é atualizar os empresários sobre as mudanças das legislações do país e prepará-los para atuar no novo cenário, identificando as oportunidades e os desafios do setor, que é um dos que mais crescem na atual conjuntura, gerando 27% do PIB nacional, segundo dados do Sebrae.
G1 ES