O ex-diretor da área de Serviços da Petrobras, Renato Duque, foi condenado a 10 anos de prisão pelo juiz Sergio Moro. Duque foi condenado no caso que apura a participação da construtora Andrade Gutierrez no cartel de empreiteiras que pagava propinas a funcionários da Petrobras e políticos.
Além do ex-diretor, três executivos da empreiteira também foram condenados nesta segunda-feira. No entanto, os três firmaram acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal durante o processo e receberam benefícios. A Andrade foi acusada de ter feitos ajustes em dez contratos com a Petrobras.
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Para Duque, o juiz manteve o benefício concedido em outros processos em que o ex-diretor colaborou com as investigações. Após anos em silêncio nos interrogatórios, o ex-diretor afirmou em depoimento para negociar delação premiada que o ex-presidente Lula tinha conhecimento e comandava o esquema de corrupção na Petrobras.
Condenado a 10 anos de prisão, Duque poderá deixar o regime fechado após cumprir cinco anos na cadeia.
“Apesar dele, na presente ação penal não ter confessado, pois passou a colaborar somente em momento temporal posterior, não faz sentido, como fundamentado no trecho transcrito, conceder aquele benefício isoladamente”, afirmou o juiz.
Os delatores confirmaram que havia o pagamento de vantagens indevidas em contratos da estatal e que as propinas eram repartidas com partidos políticos. No caso de Renato Duque, havia divisão com o PT, representado pelo então tesoureiro João Vaccari Neto. Na área de Abastecimento, Paulo Roberto Costa dividia os pagamentos com o PP e com o PMDB. As propinas eram de 1% a 2% dos contratos.
” A propina foi paga principalmente para que eles não obstaculizassem o funcionamento do cartel e os ajustes fraudulentos das licitações, comprando a sua lealdade em detrimento da Petrobrás”, afirmou Moro.
Gazeta Online