A seleção brasileira vai mesmo a campo nessa sexta-feira com três “experiências” para enfrentar o Japão em Lille, na França. Em sua primeira entrevista desde que chegou à Europa, e logo após comandar o último treino coletivo do grupo, o técnico Tite confirmou que o lateral-direito Danilo, do Manchester City, o zagueiro Jemerson, do Monaco, e o meia Giuliano, do Fenerbahçe, estarão em campo neste amistoso em uma das últimas oportunidades para garantirem um lugar no grupo que vai à Copa do Mundo da Rússia.
Tite realizou na manhã desta quinta-feira um treino fechado no gramado do estádio Pierre Mauroy. Mas o segredo não se destinava a manter a equipe em sigilo. Questionado sobre a formação, o treinador surpreendeu pela objetividade, escalando o time a partir de Alisson, e confirmando que o time principal que treinou na quarta-feira, em Paris, será mantido. “Danilo, Thiago, Jemerson, Marcelo; Fernandinho numa posição que o Renato (Augusto) vinha exercendo, Casemiro na mesma posição, Giuliano numa posição mais solto, fazendo infiltrações”, detalhou. O comandante brasileiro ressaltou ainda que manterá o desenho tático da equipe, “respeitando as características de cada um: do Giuliano, do Willian, do Neymar, do Gabriel”.
O técnico confirmou ainda que seu objetivo é realizar experiências nos últimos quatro jogos amistosos da seleção antes da convocação definitiva para o Mundial de 2018. “Eu busco dar oportunidade aos atletas”, justificou. “Danilo poder jogar na função que exerce no City, que exerceu no Porto, no Real Madrid. Mesma coisa para o Jemerson. O Fernandinho é uma posição que já exerceu algum tempo atrás, mas que para mim tem todas características para fazê-lo bem feito.” Para Tite, as modificações “dão uma amostragem e uma variação tática importante nos diferentes setores da equipe”.
No caso específico de Giuliano, Tite revelou que pretendia escalar Philippe Coutinho, mas, como o meia do Liverpool ainda se recupera de lesão muscular, uma oportunidade se abriu para o ex-jogador do Grêmio mostrar que pode estar entre os 23 relacionados para ir à Rússia. O amistoso, reiterou o comandante que completou 15 jogos à frente da equipe, período coroado com a bela campanha nas Eliminatórias Sul-Americanas, será uma oportunidade a mais para estabelecer a relação de confiança com os jogadores que ainda buscam espaço no grupo, e que não têm muito tempo pela frente.
“O pouco número de jogos é desafiador para mim como técnico da seleção. O tempo que eu tenho na seleção brasileira é menos de três meses de um clube. Como eu procuro fazer essa avaliação justa, que é o que eu me cobro muito? Pelo acompanhamento dos seus trabalhos nos clubes, dos jogos e dos treinamentos, mantendo uma relação com os clubes de muita transparência”, explicou.
Questionado sobre a situação de jogadores que não estão na lista atual, Tite disse que segue aberto para observações. Quando o nome do meia Hernanes, do São Paulo, foi evocado, o treinador não poupou elogios. “Nós acompanhamos, sim, o grande momento em que o Hernanes está”, admitiu. “Hernandes é ambidestro, tem qualidade de passe excepcional, finalização de média distância. Ajustou-se com o Dorival Junior como articulador pelo lado esquerdo. Estamos acompanhando, assim como outros que têm essa característica.”
Além do duelo contra o Japão, que acontecerá em horário inusual, às 13h de Lille (10h de Brasília) desta sexta, o Brasil ainda disputará um segundo amistoso com o atual grupo, na terça-feira, contra a Inglaterra, no estádio de Wembley, em Londres.
Folha Vitória