Os EUA dispararam um míssil balístico de médio alcance nesta quarta-feira, num novo exercício militar para retaliar as provocações da Coreia do Norte. O lançamento aconteceu na ilha de Kauai, no Havaí. Militares a bordo de um navio americano rastrearam o alvo com um radar e o interceptaram. A movimentação acontece durante um período de elevada tensão e ameaças mútuas, em que o governo americano se contradiz sobre quanto ainda está disposto a tentar negociar com o regime asiático do líder Kim Jong-un.
No início desta semana, a Coreia do Norte avançou na sua ameaça nuclear e lançou um míssil balístico, que sobrevoou o Japão antes de cair no Oceano Pacífico. O disparo provocou alerta entre os japoneses da região por onde o artefato passou. Moradores correram para abrigos, sirenes dispararam e até o trem de alta velocidade do país asiático foi paralisado momentaneamente.
Agora, autoridades americanas justificaram o seu novo lançamento dizendo que o procedimento eleva a capacidade dos EUA de derrotar mísseis balísticos no último estágio de voo. Os EUA prometeram continuar a desenvolver tecnologias de mísseis balísticos, para se manter à frente da ameaça norte-coreana.
Nesta quarta-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, descartou novas negociações diplomáticas com o regime de Kim. O republicano disse que “conversar não é a resposta”, um dia após o mais recente lançamento de Pyongyang.
“Os EUA têm conversado com a Coreia do Norte, e pagando a eles dinheiro de extorsão, por 25 anos. Conversar não é a resposta!”, escreveu o presidente no seu Twitter.
No entanto, a reação do Pentágono sobre a nova escalada de tensões foi bem diferente. No mesmo dia, apenas algumas horas depois, o secretário de Defesa, Jim Mattis, disse que ainda havia espaço para soluções diplomáticas. Antes de um encontro com seu homólogo sul-coreano, ele disse a repórteres:
“Nunca ficamos sem soluções diplomáticas. Continuamos a trabalhar juntos, e o ministro e eu compartilhamos a responsabilidade de garantir proteção às nossas nações, populações e interesses”, disse Mattis.
Além disso, também nesta quarta-feira, Trump e o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, conversaram por telefone. Eles confirmaram que continuam em sua cooperação para responder à Coreia do Norte. O governo japonês vem pressionando os EUA a propor novas sanções contra os norte-coreanos ao Conselho de Segurança das Nações Unidas. Segundo diplomatas, novas punições poderiam mirar trabalhadores norte-coreanos empregados fora do seu país, o fornecimento de petróleo ao país asiático e as suas exportações têxteis.
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