Dois projetos de professores e alunos do departamento de engenharia elétrica da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) ganharam o Latin American Research Awards (Lara), prêmio de incentivo à pesquisa do Google. Os pesquisadores elaboraram uma cadeira de rodas com adaptações para pessoas com dificuldades de locomoção motora severa e um sistema para ajudar no diagnóstico de crianças com autismo, que ainda seguem sendo testados.
O primeiro projeto é representado pelo professor Teodiano Freire Bastos Filho. Uma cadeira de rodas simples foi adaptada com computador e circuitos que ajudam pessoas com habilidades motoras prejudicadas nas pernas e braços acionarem eletrodomésticos dentro de casa, além de movimentarem a cadeira. Tudo isso com o movimento dos olhos. “Ela pode ligar lâmpada, ventilador, ar condicionado, TV. Pode aumentar o volume ou mudar canais da TV, além de fazer ligações pelo celular. Tudo isso com o movimento dos olhos, que são capturados por um dispositivo na cadeira de rodas, que é muito preciso”, explica.
O professor Anselmo Frizera Neto representa um sistema elaborado para identificar crianças com autismo. Câmeras e sensores de movimento são colocados em um ambiente, com vários objetos infantis. Um robô, com conversa com a criança, pedindo para que ela reaja de diversas formas. O sistema observa todas as ações, indicando potenciais sintomas. “O robô dá instruções verbais, pelos olhos, aponta, direcionando a atenção da criança a objeto ou evento. As câmeras processam e capturam em tempo real onde a criança está, para onde está olhando e se está seguindo ou não as instruções”, explica.
O primeiro projeto já tem três anos de existências e, segundo Bastos, ainda é muito difícil dizer quando ele deve chegar ao mercado. A partir de agora testes serão feitos nas residências de dez pessoas com os problemas de locomoção. No caso do sistema para diagnosticar autismo, testes ainda serão feitos com crianças em uma clínica de uma universidade de Vila Velha.
A premiação do Google vale por um ano, mas pode ser renovada, como aconteceu com o projeto do professor Bastos. Os projetos fazem parte do Núcleo de Tecnologia da Informação da Ufes, composto por 40 pessoas, entre universitários e professores. Os professores ganharão U$ 700 dólares por mês cada, e os alunos U$ 1,2 mil cada.
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